A ADOLESCÊNCIA INTERROMPIDA POR UMA GRAVIDEZ

Denilza Segades de Toledo

A responsabilidade dos pais com os filhos é muito grande, por isso antes de ter um filho é necessário pensar na condição financeira em que se encontram e em como esta criança será educada, enfim eles devem analisar se realmente estão prontos para serem pais. Sabemos, portanto que pode haver uma gravidez sem planejamentos, afetando a estrutura familiar e modificando a vida desses pais. Mas e se estes forem adolescentes? Como eles reagiriam a essa gravidez indesejada?

Do meu ponto de vista, a resposta para a primeira pergunta é que tais adolescentes não estariam preparados para serem pais, vejamos o porquê: A adolescência é um período de grandes mudanças já que é a passagem da infância para a vida adulta, é quando os jovens estão sendo preparados psicologicamente para o seu futuro. Além disso, as meninas desta faixa etária ainda não têm o corpo completamente preparado para uma gravidez, o que pode ocasionar dificuldades durante a gestação, e também no parto, fazendo necessário, em muitos casos, a realização de uma cesárea. Ademais, os jovens pais encontrarão problemas na criação do filho, como a saída da mãe adolescente da escola, que provavelmente ocasionará o seu desemprego.

Segundo dados da Pesquisa Nacional por amostra de Domicílios (Pnad) de 2013, é grande o número de meninas fora da escola devido a gravidez precoce: “A Pnad mostrou que o Brasil tinha 5,2 milhões de meninas de 15 a 17  anos. Dessas, 414105 tinham pelo menos um filho. Neste grupo, apenas 104731 estudam. As outras 309374 estão fora da escola.”

Quanto à reação dos jovens ao descobrirem a gravidez, posso dizer que é de medo, pois as adolescentes têm o receio da rejeição de seus pais, e também vergonha, já que geralmente uma gravidez na adolescência é criticada pela sociedade. Tais reações faz com que as meninas tenham complicações em seu acompanhamento médico, porque na maioria das vezes elas escondem a gravidez por algum tempo, vindo a iniciar o pré-natal quando a gestação já está avançada.

Diante de todas as consequências de uma gravidez precoce e de todos os riscos que essas jovens mães correm, penso que a adolescência não é uma fase apropriada para engravidar, devendo haver programas de educação sexual nas escolas, visando mostrar aos alunos quais os métodos contraceptivos, e também cabe aos pais aconselhar seus filhos, para que ao menos, diminua os casos de gravidez na adolescência.